Com 127 quilômetros de malha, ciclovias de Sorocaba são retrato do descaso

Na região central e periferia, vias sofrem com ação do tempo e falta de manutenção adequada; ciclista fraturou um dos tornozelos em acidente

             Há alguns anos Sorocaba foi matéria de vários veículos de mídia do País que a destacavam como uma das cidades brasileiras com a maior malha de ciclovias do Brasil. Hoje o município totaliza 127 quilômetros de vias, porém a ação do tempo e a falta de manutenção estão transformando este, que deveria ser um incentivo à locomoção ecologicamente correta, em um cenário de abandono. A resposta para o problema está na falta de prioridade dada à ciclovia: hoje não há uma equipe responsável por cuidar da malha, sendo que qualquer benfeitoria ou reparo que seja necessário será incluso no cronograma geral de obras da Prefeitura, que conta com problemas mais urgentes para serem solucionados, como por exemplo o reparo da pavimentação de ruas esburacadas.

Depois de receber reclamações de usuários e percorrer alguns trechos das ciclovias, o vereador Péricles Régis enviou um requerimento ao Executivo que cobrava informações sobre a rotina de reparos da malha e em especial detalhes sobre o tipo de tinta usado para colorir de vermelho as pistas destinadas às bicicletas. Em resposta ao requerimento, a Prefeitura informa que não há uma rotina de reparo específica para as ciclovias, mas sim um encaixe dessas demandas na lista de serviços que precisa ser executada pela Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras.

“Basta percorrer alguns trechos de ciclovia para encontrar pavimentos com rachaduras ou mesmo com pedaços inteiros faltando. E não é preciso ir para as regiões mais afastadas, mesmo em trechos próximos ao Centro há pontos com mato alto e com a pintura desgastada”, afirma. Péricles relembra que em dezembro uma ciclista fraturou um dos tornozelos ao sofrer uma queda na ciclovia da avenida Dom Aguirre. “As ciclovias não são uma simples comodidade para garantir mais segurança aos ciclistas. Este tipo de política de mobilidade tem como foco principal estimular mais pessoas a deixarem seus carros na garagem, uma vez por semana que seja, optando por um transporte alternativo que ajude a reduzir o impacto ambiental e a quantidade de veículos que já foram enormes gargalos no trânsito local”, complementa.

O vereador também questionou qual tinta é usada para pintar as ciclovias, uma vez que em alguns pontos da avenida Dom Aguirre, por exemplo, observou que os mesmos trechos são pintados mais de uma vez ao ano, aparentando um desgaste prematuro. Além disso, a tinta seria extremamente escorregadia em dias de chuva, segundo relatam ciclistas. Ao parlamentar, a Serpo informa que a tinta é própria para este fim, feita à base de resina, e seu modelo é especificado nos processos licitatórios de compra, sendo que o desgaste se dá pelo tráfego intenso de ciclistas por algumas vias.O Executivo afirma que apuração feita através de pesquisa de origem-destino com ciclistas mostra que as ciclovias das avenidas Itavuvu e Dom Aguirre apresentam o maior tráfego acumulando, assim, maior desgaste.

Por fim, na resposta do requerimento a Urbes informa que fará a ampliação da malha de ciclovias nos ramos próximos da rua Leopoldo Machado, porém esta obra depende dos recursos orçamentários do Executivo.

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