Requerimento traz informações sobre dificuldade de pacientes para obter atendimento domiciliar

Famílias de pacientes acamados ou que possuem dificuldade de locomoção e não podem deslocar-se até unidades de saúde com atendimento SUS estão enfrentando dificuldades para conseguir assistência médica domiciliar junto à Prefeitura. Em resposta a um requerimento do vereador Péricles Régis (MDB), a Secretaria de Saúde atesta que os dois programas existentes no município para atendimento de pacientes em suas casas assistem apenas enfermos acompanhados por cuidadores em tempo integral.

O requerimento de Péricles Régis foi motivado pelo relato de famílias que não conseguiram acesso ao atendimento em domicílio. Em um dos relatos, uma munícipe descreve a situação de sua sogra, que está à espera de uma cirurgia da bexiga e num dos joelhos, além de possuir feridas nos pés e trombose nas pernas, o que lhe causa fortes dores que a deixam prostrada numa cadeira durante todo o dia. “São famílias carentes que precisam trabalhar, porém que são surpreendidas pelos problemas de saúde de um ente querido que não pode sequer ser levado a uma unidade médica. Os relatos de atendimentos em domicilio que são recusados em série motivaram o requerimento”, explica o vereador. Em outro caso relatado em seu requerimento, Péricles aborda a situação de um homem que fraturou três vértebras, não possui movimento dos membros superiores e inferiores, está com sonda no abdome e ferimentos pelo corpo causados pela dificuldade que a família tem para conseguir movimentá-lo. Apesar da gravidade do caso, o acompanhamento em domicílio também foi recusado. “Neste caso a esposa do paciente fica em casa, mas não tem força para cuidar dele sozinha. A situação da família é muito difícil, pois o filho e a nora deste senhor precisam trabalhar fora para ajudar no custeio dos medicamentos”, conta o vereador.

Em resposta ao requerimento, a Prefeitura informa que hoje há dois serviços de atendimento em domicílio: as Unidades Básicas de Saúde Estratégica em Família, que tratam dos pacientes de menor risco; e as equipes do programa Melhor em Casa, que cuidam de enfermos mais graves. Os dois programas, juntos, possuem somente cinco equipes multiprofissionais de atenção domiciliar e uma equipe de apoio. “A Prefeitura informa que a avaliação do paciente deve ser solicitada por um responsável junto à UBS de referência ou pelo telefone 156, porém deixa claro que os médicos só farão a avaliação de pacientes acompanhados de cuidador. Isso tem sido um entrave para muitas famílias que precisam se dividir entre os cuidados e botar dinheiro em casa como forma de bancar o tratamento, já que nem todos medicamentos prescritos são liberados pelo governo”, explica o parlamentar. Para justificar a obrigatoriedade por cuidadores, a Secretaria Municipal afirma que a portaria 963/13 do Ministério da Saúde, que regulamenta o serviço de atendimento domiciliar, orienta sobre a necessidade das famílias organizarem uma rede de apoio para a divisão de tarefas envolvendo os cuidados com os pacientes.

Na mesma resposta, a Secretaria confirma uma informação passada por famílias de pacientes que recebem cuidados domiciliares, mas se queixam da quantidade de visitas. A secretaria informa que para pacientes menos graves o intervalo entre os atendimentos domiciliares pode chegar a quatro meses e para os mais graves, dois meses.

Ainda no mesmo requerimento Péricles pergunta sobre a queixa das famílias de que nem todos medicamentos e suplementos prescritos para pacientes acamados são fornecidos pelo  SUS. A Secretaria de Saúde informa apenas que “preferencialmente” os médicos indicam insumos fornecidos pelas farmácias públicas, porém sem garantia de que todos farão parte da lista de medicamentos do sistema público de saúde.

CRÉDITO FOTO: Assis Cavalcante/ Secom Prefeitura de Sorocaba

 

Comentários

Comentários